Invepar consegue postergar por 90 dias pagamento ao fundo Mubadala
Fonte: Valor Econômico
SÃO PAULO - A Invepar comunicou que recebeu uma proposta do fundo
árabe Mubadala para postergar por 90 dias o prazo de pagamento relativo
à 3ª e 4ª emissões de debêntures. Segundo a Invepar, a proposta foi
aprovada pelo conselho de administração.
Na quarta, o Valor adiantou que, depois de suspender a emissão de bônus
no exterior, a Invepar estudava algumas alternativas para renegociar a
dívida de R$ 1,2 bilhão com o Mubadala.
A empresa, segundo apurou o Valor, estava conversando com o próprio
Mubadala e o fundo americano Farallon Capital Management para
estender o prazo dessa dívida. O Farallon foi quem concedeu o
empréstimo-ponte para o Mubadala fazer o financiamento para Invepar. A
ideia do Mubadala era comprar a Invepar mais adiante. O fundo árabe
chegou a fazer uma oferta pela empresa neste ano, mas o negócio não foi
para frente porque os acionistas avaliaram que o preço não era
interessante.
A dívida com o Mubadala tem como garantia as ações do Metrô Rio e da
Linha Amarela, do Rio de Janeiro, que foram dadas em alienação fiduciária
e penhora. Os investidores e a empresa negociam as condições da
extensão do empréstimo, que manteria as mesmas garantias.
Outra opção avaliada pela Invepar seria conseguir um empréstimo com
bancos para pagar o Mubadala. Os acionistas também não descartam a
possibilidade de fazer um aporte de capital para pagar a dívida.
A Invepar pretendia emitir US$ 650 milhões em bônus mas, após a rodada
de encontros com investidores, acabou suspendendo a primeira tentativa
de acessar o mercado de dívida internacional.
A ideia da empresa é resolver a questão da dívida com o Mubadala para
depois pensar em uma venda da companhia ou mesmo um IPO (oferta
inicial de ações) no ano que vem.
A Invepar tem como sócios a empreiteira OAS e os fundos de pensão
Previ, do Banco do Brasil, Funcef, da Caixa, e Petros, da Petrobras. A OAS,
que está em recuperação judicial, negocia com os credores para definir as
condições de conversão da dívida em ações da Invepar detidas pela
empresa.