12/09/2025

Servidor da Receita é alvo de investigação em operação em Fortaleza

Por: Bruna Lessa
Fonte: O Globo
A Receita Federal informou, nesta quinta-feira, que deflagrou a Operação
Snooker após identificar irregularidades cometidas por um servidor que teria
beneficiado importadoras e colocado em risco a imagem da instituição e a
atuação da “grande maioria dos funcionários”.
As investigações tiveram início em 2022, a partir de uma denúncia anônima
enviada à Ouvidoria do então Ministério da Economia, hoje Fazenda, relatando
possíveis irregularidades de um servidor no Aeroporto Internacional Pinto
Martins, em Fortaleza. Segundo apuração, o servidor teria ocultado bens,
favorecido importadoras e recebido pagamento de empresas para si e familiares.
A Operação Snooker inclui 22 alvos de mandados de busca e apreensão — 10
pessoas físicas e 12 jurídicas — em cinco cidades do Ceará e uma da Bahia.
Em paralelo, desde 2023, a Alfândega de Fortaleza intensificou fiscalizações
dentro do Plano Nacional de Fiscalização Aduaneira, identificando práticas de
contrafação, subvaloração de mercadorias e interposição fraudulenta, como
manipulação de documentos e adulteração de declarações bancárias.
Essas ações resultaram na maior apreensão de mercadorias da história da
Alfândega de Fortaleza e na lavratura de mais de R$ 30 milhões em autos de
infração. Segundo a Receita, as medidas impediram a entrada irregular de
milhares de toneladas de produtos contrafeitos, protegendo a indústria nacional
e o mercado interno.
Durante as fiscalizações, auditores-fiscais enfrentaram ameaças e tentativas de
interferência, incluindo a circulação de notícias falsas com objetivo de
descredibilizar a Receita. A resposta institucional veio com a Operação
Fortaleza, que reforçou nacionalmente as equipes de fiscalização, garantindo a
continuidade das ações com segurança e firmeza.
A Receita Federal afirmou que as operações Snooker e Fortaleza reforçam a
coesão das equipes e a importância da ação integrada com a Polícia Federal e o
Ministério Público.
" As duas operações, conduzidas em paralelo, reforçam a mensagem de que a
Receita Federal atua de forma coordenada e inabalável no enfrentamento a
práticas ilícitas e a organizações criminosas de forte poder econômico e político
", disse a Receita Federal.