Petrobras eleva previsão de pagamento a diretores.

Fonte: O Globo / Jornal Extra
RIO - A Petrobras aumentou a previsão de remuneração de seus principais
executivos. Os salários mensais somados ao bônus (remuneração variável),
que será pago no fim deste ano, de cada um dos nove diretores-executivos,
incluindo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, poderão chegar
a uma média de R$ 400 mil entre abril deste ano e março de 2021.
Na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da companhia, realizada na última
quarta-feira, os acionistas aprovaram a fixação da remuneração para os
administradores da companhia em até R$ 43,3 milhões para o período. No
período anterior de 12 meses, o valor provisionado foi de R$ 32,4 bilhões.
Considerando que a Petrobras tem nove diretores-executivos, em média
cada um poderia ganhar até R$ 4,8 milhões por ano, que equivaleria a R$
400 mil por mês, se todos ganhassem o mesmo salário. Mas essa é apenas
uma média dos valores que os executivos poderão ganhar no ano,
considerando o bônus (remuneração variável) que será pago somente no
fim do ano.
A decisão foi tomada em meio ao plano de corte de custos da Petrobras
para enfrentar a crise do coronavírus. Em abril, a companhia chegou a
anunciar a redução em 25% de salários e carga horária de 21 mil
empregados.
A Petrobras informou que não foi alterada a remuneração fixa da diretoria,
que não é reajustada desde 2016.
O aumento dos valores provisionados para o pagamento dos
administradores se deveu ao aumento da remuneração variável, que é um
bônus (o chamado Prêmio por Performance - PPP). Esse bônus é calculado
com base nos resultados financeiros de 2019, quando a Petrobras teve um
lucro líquido de R$ 40 bilhões, o maior de sua história.
Também contribuiu para o aumento do valor da remuneração variável
referente a 2019 que os diretores vão receber o fato de ter sido criado, no
ano passado, um novo cargo na cúpula da Petrobras, o de diretor de
Transformação Digital e Inovação.
A cadeira atualmente é ocupada por Nicolás Simone. Assim, os vencimentos
desse novo cargo foram incluídos na conta, e o número total de diretorias
aumentou de sete para oito.
Ainda influenciou a cifra o pagamento da segunda parcela da remuneração
variável referente ao exercício de 2018 — que os administradores recebem
de forma parcelada nos anos subsequentes — e seus respectivos encargos.
Segundo a Petrobras, o montante global para a remuneração da companhia
(R$ 43,3 milhões) é um valor provisionado, calculado com base no cenário
que demandaria o desembolso mais alto possível. Portanto não significa
que será pago este valor integral.
A empresa justificou o aumento da remuneração variável dos seus
principais executivos como uma forma de alinhá-la “aos resultados da
companhia e aos desempenhos individuais”. E acrescentou que essa
medida está relacionada “ao novo foco da Petrobras de valorizar a
meritocracia e maximizar os resultados”.
Segundo a Petrobras, tanto o modelo de remuneração global quanto o de
remuneração variável são orientados e aprovados pela Secretaria de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), ligada ao
Ministério da Economia.
Novos conselheiros
Outra decisão tomada na assembleia de acionistas de quarta-feira, foi a
ampliação do Conselho de Administração da Petrobras de dez para 11
cadeiras, com a eleição de cinco novos membros.
O estatuto social da Petrobras estabelece que o colegiado, responsável
pelas decisões estratégicas da empresa, deve ter no mínimo sete e no
máximo 11 conselheiros.
O almirante Eduardo Barcellar Ferreira foi reconduzido ao cargo de
presidente do colegiado. Ele cumprirá novo mandato de dois anos, como
propôs o governo federal, acionista majoritário da Petrobras.
A renovação do conselho foi de cinco cadeiras no total. Entram Omar
Carneiro da Cunha, ex-presidente da Shell; Paulo César de Souza da Silva,
ex-presidente da Embraer; e o executivo Leonardo Pietro Antonelli, todos
indicados pela União.
Também assume uma cadeira Rosangela Buzanelli Torres, indicada pelos
empregados da companhia. Rodrigo de Mesquita Pereira foi indicado para
representar os acionistas minoritários de ações preferenciais.
Foram reconduzidos como representantes da União Cox Neto, Ruy Flaks
Schneider, Nivio Zivian e o presidente da Petrobras, Roberto Castello
Branco.
Marcelo Mesquita teve seu mandato renovado como representante dos
acionistas minoritários detentores de ações ordinárias.