28/04/2025

Eletrobras adverte conselheiro por ‘falta grave’ nas redes às vésperas de assembleia

Por: Rennan Setti
Fonte: O Globo / Capital
O conselho de administração da Eletrobras aplicou a terceira advertência
seguida a um de seus membros, Marcelo Gasparino, por “falta grave” em posts
nas redes sociais. As punições acontecem no momento em que, nos bastidores,
acionistas travam disputa intensa por vagas no colegiado da companhia.
Gasparino — que é membro independente do conselho e coordenador do
comitê de sustentabilidade — está tentando renovar seu posto no colegiado na
próxima assembleia, marcada para terça-feira.
A nova advertência, tornada pública pela Eletrobras neste domingo, se deu
porque Gasparino “voltou a divulgar e compartilhar com terceiros documentos
sigilosos e confidenciais da companhia, dessa vez envolvendo o processo de
avaliação do Conselho de Administração e de seus membros”, resumiu o
parecer da companhia.
Gasparino publicou em seu perfil no LinkedIn, na sexta-feira, print de uma
conversa sua com uma jornalista, que comprovaria “o compartilhamento com
terceiro (...) de dois documentos confidenciais e sigilosos”: relatório de
avaliação do próprio conselheiro, realizado pela consultoria externa
independente Spencer Stuart; e relatório de sondagem e informações sobre
todos os membros do conselho, realizado pela consultoria Korn Ferry.
As publicações de Gasparino naquele dia já haviam levado a Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) a publicar nota de repúdio.
Segundo a associação, o conselheiro expôs, sem autorização, a conversa de
WhatsApp com jornalista da Folha de S.Paulo porque discordava de
reportagem do jornal sobre a disputa pelo conselho da Eletrobras.
As outras duas advertências da Eletrobras ocorreram porque Gasparino,
segundo a empresa, divulgou em seu perfil “alegações e informações
envolvendo o conselho (...) sugerindo dúvida sobre a credibilidade,
fidedignidade e adequado funcionamento do sistema de governança da
companhia”, por compartilhar print de documento confidencial sobre o
colegiado e reincidir “na divulgação pública de alegações e informações
envolvendo o conselho (...) de forma descontextualizada e não amparada em
fatos.”