29/05/2025

Clima na Câmara é para derrubar IOF, e governo tem 10 dias para nova proposta, diz Motta

Por: Fernanda Brigatti
Fonte: Folha de S. Paulo
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse
nesta quinta-feira (28) que o clima no parlamento é pela derrubada do decreto
do governo Lula (PT) que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) na semana passada.
Motta publicou a declaração em seu perfil na rede social X (antigo Twitter)
alguns minutos antes de se encontrar com os líderes das bancadas no
Congresso, em reunião para discutir se o projeto que derruba o aumento de
IOF será ou não colocado em pauta.
Na véspera, ele e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP),
se reuniram com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann
(Relações Institucionais). Do encontro, ficou acordado um prazo de dez dias
para a equipe econômica apresentar uma alternativa para arrecadação prevista
com o aumento do imposto.
"Combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano
alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente e que
evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o
país", escreveu o presidente da Câmara.
As bancadas têm pressionado Motta a colocar a derrubada em pauta –PDT,
União Brasil e Republicanos fecharam pelo projeto que susta a medida, e PSD
liberou a bancada, que é majoritariamente a favor de revogar o aumento.
Parlamentares de 13 frentes do setor produtivo também divulgaram manifesto
para pressionar a colocada do texto em votação.
Na quarta, Haddad disse ter explicado a Motta e Alcolumbre que a máquina
pública ficaria em situação delicada sem a arrecadação prevista com o aumento
de IOF.
"São R$ 30 bilhões de cortes de despesas, sendo R$ 10 bilhões de bloqueio e
R$ 20 bilhões de contingenciamento, e R$ 20 bilhões de receitas adicionais para
cumprir as metas fiscais", afirmou o ministro.
"Expliquei as consequências em caso de não aceitação da medida [do IOF], o
que acarretaria em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num
patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina
pública do Estado brasileiro."